Com a implantação da medida de distanciamento social, em função da pandemia da COVID-19, o Departamento Regional do Abrigo do Marinheiro em Brasília (DRAMN-BSB) realizou, no dia 30 de maio, a primeira Contação de Histórias no formato on-line. A atividade do Projeto Adolescer+ foi conduzida pela voluntária Valéria Fernandes, a “Tia Valéria”, como é conhecida há mais de 11 anos pelos moradores da Vila Naval Visconde de Inhaúma (VNAVI), no Distrito Federal.

Três histórias – A oficina previa apenas uma história na tarde de sábado, “O Leão e o Camundongo”, mas os pedidos entusiasmados das crianças, que queriam “mais uma”, levaram a voluntária a contar, também, a história do “Patinho Feio”. Depois, ao som de “só mais uma, por favor”, Valéria finalizou com a história de “Rino e o Popote”. Ao final do evento, emocionada, a voluntária reconheceu que contar histórias é a sua paixão e que considerou a experiência on-line foi surpreendente. “Foi emocionante, pois, mesmo à distância, recebi o carinho das crianças e pude ver a alegria delas em ouvir histórias. Os pequenos pediram bis, sugeriram que a contação fosse diária e se propuseram a, também, contar histórias. Ah, isso emociona!”, revelou.

Valéria, que é professora, conta que por causa da profissão sempre teve responsabilidade com a formação de leitores e usava a Contação de Histórias como uma das estratégias para semear o gosto pela leitura. “Com crianças, iniciei o trabalho voluntário de contadora em 2008, na VNAVI.  Esta foi a minha primeira experiência com elas”, compartilhou. Ela trabalha como voluntária em outros projetos e, em todos, afirmou que sente igual responsabilidade. “Seja com crianças, adolescentes, idosos, mulheres, jovens ou adultos, o trabalho requer que se goste de gente e que se acredite na importância do projeto na vida dos seus assistidos”, avaliou.

Desafio – A voluntária recebeu treinamento da Seccional Brasília para aprender a usar um aplicativo para interação em vídeo, para a realização da atividade virtual. “É um desafio enorme dar conta, em uma plataforma interativa on-line, de tamanha energia das crianças. Lidar com a necessidade das crianças de falar, de mostrar os seus livros, bonecos, cachorrinhos e manter todos muito atentos e interessados na história contada, exige planejamento e controle da contadora”, descreveu. Ela explicou, ainda, que no formato presencial, os contadores têm o apoio de um cenário e possibilidade de expressão corporal e facial mais amplas. “Contamos com a mímica, com o calor humano e com a possibilidade de visão panorâmica da plateia.  Por outro lado, a plataforma on-line possibilitou que crianças residentes em outros estados participassem”, comemorou.

A mãe de uma das crianças, Gracielle Maximino, que já participava da atividade no formato presencial com a filha, Alanna Lavínia, de 5 anos, prestigiou o evento on-line e relatou a sensação. “Foi como estar ao lado da Tia Valéria, enquanto ouvíamos a história daqui de casa. Maravilhoso! Minha filha amou tanto que não queria que acabasse”, disse.

A Contação de Histórias será realizada uma vez por mês, com apoio de outras contadoras, além da colaboração das próprias crianças, que foram convidadas pela Tia Valéria para compartilhar uma fábula com os coleguinhas.