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Trabalhar em casa é uma incógnita para muitos gestores, pois temem que os funcionários não rendam tanto quanto no escritório. No ambiente profissional, sob os olhos do chefe, teoricamente as pessoas estão mais atarefadas do que no conforto do lar. Em casa, há uma gama de atributos, como a TV, o sono (e uma cama ali pertinho), a geladeira, o telefone,a internet ou a chegada de um parente que podem fazer com que faça o profissional perder a concentração e a consequentemente diminuição da produtividade. 

Em alguns casos, esse receio se baseia apenas em teoria. Os defensores do home office argumentam que, ao contrário do que outros pensam, no escritório são interrompidos por estímulos externos a todo momento, enquanto que, em casa, podem trabalhar em silêncio, com um planejamento próprio. Entretanto, há casos em que os gestores têm razões para ficarem preocupados. “Muita gente não vai conseguir trabalhar em casa. O home office não funciona para todo mundo. É difícil tanto para a empresa, quanto para a pessoa se adaptar a esse esquema”, afirma Andre Freire, CEO da consultoria de RH Odgers Berndtson no Brasil. 

Já Rubens Pimentel, sócio da Ynner Treinamentos, acredita que todo mundo pode se adaptar a esse modelo de trabalho. Porém, algumas pessoas têm mais facilidade do que outras por uma questão de personalidades. “O que acontece é que alguns vão precisar desenvolver as habilidades necessárias para isso”, diz. Diante dos fatores supracitados, há algumas características para desempenhar o home office com sucesso. Uma das principais, é a organização. Ter uma agenda, lista de prioridades e pontuar o dia é fundamental para não perder a noção do tempo e das tarefas.

A capacidade de se concentrar em uma atividade pelo tempo necessário também é importante para não se distrair, por exemplo, cada vez que o telefone toca – e do outro lado da linha, o assunto nada tem a ver com trabalho. Conseguir manter o foco pelo tempo que a atividade exige é pré-requisito para trabalhar à distância. Outro fator é o comprometimento e disciplina. “Em home office, quem não tem comprometimento, vai começar a enrolar”, afirma Rubens Pimentel, da Ynner. Para ser seu próprio chefe no dia a dia, é preciso ser dedicado ao trabalho a ponto de não precisar que venham as ordens para lembrar o deve ser feito.

Sem a referência do trabalho desenvolvido pelos colegas nem as exigências constantes do chefe, cabe ao profissional ser exigente consigo mesmo e ser bastante autocrítico, pois se contentar com um resultado mediano é um risco que se corre nesse tipo de trabalho. Vale ressaltar, que, longe da sede empresarial, é vital manter o contato com os demais profissionais e áreas da empresa, no intuito de cultivar uma visão do todo, do contexto para frisar que a função exercida faz parte de um projeto maior.


Fonte: Época Negócios/Globo.com