Vai rolar um futebol? Claro. Todos vão jogar? Com certeza. Mas desta vez, quem ganha a partida é a formação cidadã e profissional de cada jogador. No dia 13 de abril, o estádio em questão foi o Departamento Regional do Rio de Janeiro, na Casa do Marinheiro, e o placar, contabilizado pela esportista Aderlúcia Nascimento. A convite da Gerente de Projetos Sociais, Kátia Cilene, a jovem esteve no Projeto Adolescer para a série de eventos que proporciona a garotada o contato com diferentes práticas profissionais: as “Oficinas de Interesse”.
Logo que chegou, a professora de Educação Física Aderlúcia chamou a atenção de usuários e colaboradores por intermédio da camiseta que estampava a frase “Eu jogo a favor do esporte social”. Em sua apresentação, a também Fisioterapeuta, explicou o significado da vestimenta: “O esporte não serve apenas para trabalhar o corpo ou formar atletas de alto rendimento. Antes de ser atleta, todos são cidadãos que podem utilizar as atividades esportistas para construir relações, serem colaborativos, agregar valores e não apenas competir. Ele não é só físico, mas pensante. Quer algo mais mobilizador que o esporte? Quando um menino chama alguém pra jogar, ele está motivando. Percebem o potencial? No esporte, qualquer um pode ser o protagonista que contribui para o sucesso de seu time”.
Após jogos que iam de futebol de mãos dadas a dinâmicas de sustentação do peso do colega, Aderlúcia convidou os adolescentes a dizerem o que sentiram enquanto realizavam cada tarefa. “Tive medo de meu amigo me deixar cair” e “senti-me arrastado”, foram alguns dos depoimentos ouvidos. Atenta a cada colocação, a professora os fez perceber o quanto precisavam uns dos outros para a realização de cada tarefa, o quanto importava contribuir para o sucesso de seu time e o valor do oponente no jogo. “É vital vocês perceberem que sem adversário não tem jogo. O esporte não acontece. Você não precisa passar por cima de ninguém, mas respeitá-lo como alguém que está no mesmo jogo que você. Seres humanos não vivem isolados, precisamos conviver com as diferenças e jogarmos juntos”, motivou a profissional, que também participou de um projeto social em sua adolescência, no interior do Ceará.
E quem pensa que somente os meninos tenham curtido os jogos futebolísticos, se engana! As meninas também de letra. “Eles jogaram junto delas, respeitando diferenças, sem menosprezá-las. Todos são bastante atentos, foram muito disponíveis e executaram cada exercício da melhor forma possível”. Assessora de Projetos Sociais no Adolescer, a pedagoga Cláudia Romão era só sorriso aos elogios da professora, e endossou: “Eles estão adorando as atividades. Estamos reforçando uma interação entre eles e a equipe e percebendo o quanto as Oficinas têm colaborado com isso. Que venham as outras”.