Somos todos iguais? Não! Não somos. Muito pelo contrário, somos bem diferentes, mas precisamos promover direitos iguais. Foi essa a máxima difundida pela ONG "Escola de Gente" durante a Oficina "Teatro Acessível" ministrada aos participantes do Projeto Adolescer das unidades de São Gonçalo e Penha nos dias 10 e 11 de outubro, respectivamente.
Por meio de um conjunto de dinâmicas, a atividade estimulou exercícios que se empenharam em fortalecer os vínculos e estabelecer uma mudança de postura no adolescente, para que ele aprenda a conviver com as diferenças, sobretudo, dos demais participantes do projeto, viabilizando assim um relacionamento mais saudável.
Com metodologia própria, a "Escola de Gente", explicitou a importância da acessibilidade total na comunicação, como também o protagonismo das pessoas com deficiência, de modo que se expressem, exercitem a ética na diversidade e levem ao cumprimento da legislação brasileira inclusiva. "É importante que cada jovem aqui presente seja um multiplicador do conceito e da prática de uma sociedade inclusiva em suas práticas diárias", discursou, aos adolescentes da Penha, o produtor Fábio Nunes, oficineiro e ator da peça "Os Inclusos e os Sisos".
O convite à Escola de Gente integra o cronograma do "Adolescer Solidário", ação desenvolvida pela Equipe Multiprofissional composta por Assistente Social, Psicóloga e Pedagoga, que visa despertar nos adolescentes a prática da atitude solidária e um olhar mais humano para o seu próximo. "Nosso objetivo é também proporcionar aos participantes um espaço que venha estimular a autonomia e a consciência crítica dos mesmos por meio de atividades participativas, dessa forma, despertando neles uma conduta de troca de conhecimento, cooperação, participação, respeito ao outro, à individualidade assumimos a responsabilidade de contribuir com a formação deles, os levando a perceberem sua importância na vida do outro, suas responsabilidades diante do mundo e as capacidades que devem desenvolver para exercitar essas práticas no decorrer da vida", explicita a Gerente de Projetos Sociais dos DRAMN-RJ/SG, Kátia Cilene Freire.
Ao fim das atividades, era possível perceber um olhar reflexivo oferecido por cada jovem. “Essa oficina tem a importante tarefa de apresentar a questão da deficiência e abrir os olhos para desmistificação de conceitos pré-adquiridos por quem não vivencia determinada realidade”, ponderou a pedagoga Cláudia Romão, Assessora de Projetos Sociais do Abrigo do Marinheiro (AMN).
Fundada pela jornalista Claudia Werneck em 2002, a ONG Escola de Gente já sensibilizou mais de 460 mil pessoas de 19 países e 21 estados de todas as regiões do Brasil, além de contar com parceiros da sociedade civil, governos, Ministério Público da União, conselhos de direitos, cooperação internacional e empresas. Por sua atuação, a ONG recebeu 39 prêmios regionais, nacionais e internacionais, dentre eles dois da Presidência da República: o “Prêmio Direitos Humanos 2011” na categoria “Direitos de Pessoas com Deficiência”, a mais alta condecoração do Estado brasileiro na área dos Direitos Humanos; e a Ordem de Mérito Cultural 2014, por sua contribuição ao país na categoria “Artes Integradas”.